Dia desses, no café da manhã, comprei esse biscoito chamado Palmier.
Olhe bem na foto para o formato deles…
O que você vê?
Eu consigo ver um coração, uma borboleta e até um livro. Coisas que eu amo, aliás …rs
Tirando minha projeção do livro, depois de pesquisar, vi que representaria mesmo um coração ou uma borboleta.
Palmier (francês: palmier ou cœur de France), orelhas de elefante, óculos ou coração francês é um doce tipicamente francês, que possui um formato de palmeira ou uma forma de borboleta.
Esse biscoito me lembra a infância, era um dos meus doces preferidos, além do algodão doce. Minha mãe sempre comprava pra mim, junto com o preferido dela, biscoito Champanhe (aquela toda açucarada, que usamos no pavê).
Palmier é um biscoito bem simples, feito de massa folhada caramelizada e açúcar por fora. Tem uma textura bem leve e adocicada. É crocante e assado. Acompanha muito bem um chá numa noite fria ou mesmo um café, pela manhã.
J’aime! 💛
As memórias da infância, volta e meia me atravessam, como uma brisa doce e suave e me trazem uma mensagem em forma de abraço.
Essa mensagem está estampada no meu ser, na minha história, nas paredes do meu consultório, no meu maior propósito e, agora, no novo nome desse site: @psidacriancainterior.
A mensagem é que para que nos tornemos adultos maduros, precisamos preservar a nossa essência infantil, a nossa criança interior. Precisamos nos reconectar com memórias doces e afetuosas da infância, precisamos reativar nosso olhar curioso e atento aos detalhes nos revelam uma vida mais rica e abundante de beleza e amor.
Nos últimos anos, acolhi muitas histórias no meu consultório. E dentro de cada uma delas, pude enxergar em cada mulher ou homem, uma menina ou um menino ferido, paralisado em alguma memória lá do início da vida.
Gosto de falar da infância como a alimentação. Quando recebemos de nossos pais o alimento emocional que necessitamos, crescemos saudáveis emocionalmente. E aqui não importa se a amamentação se deu pelo peito ou através da mamadeira. Alimento emocional é a disponibilidade, atenção e carinho da mãe ou figura que ocupa seu lugar, ao amamentar e nutrir de amor um bebê no colo, com seu calor, olhar atencioso e acolhedor.
Mas quando isso não é possível, significa que nossos pais não puderam receber esse alimento de nossos avós, o que os impossibilitou de nos dar o que não tiveram. Então crescemos com algumas feridas. Chamamos isso de criança interior ferida. Falaremos mais profundamente sobre esse tema, em outro texto.
É por meio da alimentação que o bebê cria um dos laços vinculares mais poderosos. Através dessa relação pautada na alimentação que se conquista a identidade. Nem sempre esse primeiro encontro nos nutre suficientemente bem.
Essa criança interior ficará ferida até que em algum momento você desperte, reencontre e olhe e acolha com muito amor essa sua parte que congelou em algum momento na infância.
Rubem Alves, ao lado de Manoel de barros, é um dos autores que mais traduz a infância presente que defendo, quando falo em criança interior.
“Criança não é meio para se chegar ao adulto.
Criança é fim, o lugar aonde todo adulto deve chegar.
Quem não muda sua maneira adulta de ver e sentir
e não se torna como como criança jamais será sábio.” – Rubem Alves
Vamos olhar com carinho para a sua criança interior? Que alimento te lembra da infância? Com o que você tem se nutrido física, emocionalmente ou sexualmente? Qual será a qualidade dos seus encontros? Você sai satisfeito desses encontros?
São apenas algumas perguntas para que você possa refletir sobre suas faltas ou excessos alimentares ou afetivos, sobre o que te nutre, te preenche ou te esvazia.
Quando acolhemos nossa vulnerabilidade, acolhemos a criança interior que há em nós, nos permitimos ser cuidados até que aprendamos a cuidar de nós mesmos.
🦋 Você p̶r̶e̶c̶i̶s̶a̶ merece cuidar de si!