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Síndrome do ninho cheio. Histórias que se repetem.

Na verdade, o termo correto seria, Síndrome do ninho vazio

Você sabe o que é isso?

 A Síndrome do ninho vazio é algo que acontece com algumas famílias quando os filhos crescem e saem de casa, para morar sozinhos, constituírem suas famílias ou até em casos de morte.

A casa, que antes era movimentada, barulhenta e animada, dá lugar a um silêncio, que pode ser sentido como um vazio. Mas isso tem uma duração: da saída dos filhos ao estabelecimento de uma nova ordem familiar. Haverá o estabelecimento de uma nova configuração e mudança de rotina.

A intensidade do sofrimento que essa perda pode causar aos pais não pode ser mensurada, pois as pessoas lidam de formas diferentes frente às mesmas situações. A duração tende a ser mais longa em casos de morte. Para algumas pessoas, essa transição pode ser muito difícil e a depressão pode ser desenvolvida.

Mas esta é uma etapa da vida, pela qual todas as famílias passam.

É interessante que os pais voltem o olhar para a relação que eles têm além de pais: a de casal.

Uma das coisas muito comuns que acontece nos relacionamentos, é o casal assumir o papel de pais, deixar a sexualidade e o romance de lado, os momentos a sós e as conquistas, para voltarem os olhares unicamente à satisfação dos desejos dos filhos. O amor do casal se une e é devotado para os filhos.

Isso não é interessante para que a relação continue saudável. Um relacionamento deve ser cultivado todos os dias.

 Isso pode não ser bom para os filhos, por não enxergarem os pais enquanto um casal, além de serem seus pais. E frente a uma separação, podem não saber lidar com a separação dos pais, que seria a separação de um casal. 

Ok. Mas por que o título fala de Síndrome do ninho cheio?

Venho observado, em meu consultório, que algumas famílias ainda enfrentam muita dificuldade com relação a sair de casa, mesmo com as facilidades que tomos nos dias de hoje.

São filhos que crescem, completam seus 30 ou 35 anos de idade e não tem nenhuma ação em andamento para construir suas vidas de forma independente de seus pais. Em alguns casos, não há incentivo por parte dos pais, que se podem proporcionar uma vida boa para seus filhos.  

Os filhos crescem com medo, dependentes do outro e sem estrutura desenvolvida para lidar de forma matura e independente.

Há casos de que os filhos arrumam namoradas, se casam e dividem a mesma casa com os pais. Eu não falo de necessidades econômicas, de gravidez indesejada ou de espaço, que se relacionam também com planejamento. Isso está acontecendo em casas onde há vários cômodos e o conforto é garantido. Está acontecendo não só por acidente, mas por opção.

E isso é bom? É ruim?

Depende. Quem chega ao meu consultório com essa configuração familiar, normalmente não tem muitas histórias boas para contar. Não é cultural a procura pela Psicologia para Prevenção.

Normalmente são pessoas depressivas, sem perspectiva de futuro, pessoas dependentes de seus relacionamentos, mulheres que amam demais. Pessoas sem senso crítico, que apenas obedecem e não refletem por si só.

Inutilidade, ausência de perspectiva, rumo e auto estima baixa é o que relatam.

Mas sabe por que isso acontece?

Porque os próprios pais não foram incentivados a saírem da casa de seus pais. E a história se repete.

Então, a configuração familiar é a seguinte: avós maternos e/ou paternos, mãe, pai, dois ou três filhos, filhos de algum dos filhos, cachorro, papagaio, gato, calupsita. Ufaa!

É a Síndrome do Ninho Cheio!

Há um ditado popular que diz: Criamos os filhos para o mundo.

É o que se devia fazer. Criar nossos filhos para o mundo. Para um mundo que eles aprendessem a desconstruir e construir e a se defender, desde pequenos. 

Praticamente, se resume aos pais que se orgulham ao ver seus filhos pequenos inventarem soluções para seus pequenos problemas ao invés de interferirem com diálogos inquestionáveis e autoritários de que: “mamãe/papai-sabe-o-que-é-bom-pra-você”.

Criar para o mundo, criar para a autonomia é isso.

É esvaziar um ninho cheio, para permitir que se formem outros ninhos, cheios de amor e felicidade.



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